Ele está de saco cheio.
Saco cheio da cidade, da fumaça, do calor, dos ônibus lotados, da rotina, da escola, do dinheiro, das desgraças, injustiças, esmolas, escândalos e de todo o tipo de sacanagem.
Ele tenta ver entre toda essa gente o que restou da vida. Não da existência, mas da vida. Colegas, amigos que não enxergam-no, e que ele também não enxerga. Muita gente querendo amar com pedras nas mãos.
Caco de vidro...
Algemas e correntes pesam...e ele também é hipócrita.
Mas é assim mesmo, como todo mundo é assim mesmo. Sonhos são assim mesmo, pesadelos são assim mesmo, a vida é assim mesmo, o amor é assim mesmo, o tempo é assim mesmo. E Dizem que com o tempo ele cresce, e não tem jeito, vai ficando assim mesmo, por ali mesmo, na mesma casa, na mesma rua, trabalhando do mesmo jeito. Arriando o mesmo pano da jangada, com o nome dele, que seu mesmo amor pintou.
E vai agindo assim. Escolhendo pela manhã qual máscara usará no resto do dia. Talhando em cada uma o nome de cada pessoa, para que não haja erros.
Mas vira e mexe ainda olha para o céu. Lá onde essa imensa mistura de concreto asfalto gente podridão disfarce fantasia fútil ainda não chegou. Lá do alto ele poderia ver tudo e todos como realmente são. O mundo bem grande. Bem grande como nunca viu.
Quem sabe ele precise mesmo é de uma escada...
A Stairway to Heaven...
quarta-feira, 31 de outubro de 2007
Stairway to Heaven
Postado por Lucas Ninno às 20:09 1 comentários - deixe aqui o seu
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