quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Tribunal de Rua

Dessa vez foi demais. Não poderia deixar de externar aqui o acontecido nesta semana em Cuiabá.
Acordei cedo para ir ao colégio, e como de costume, tomei um busão lotadíssimo até o centro da cidade. Quando estava para chegar no ponto em que desço, eu e o resto dos passageiros tivemos uma surpresa: Um congestionamento de coletivos imenso! Era o que parecia até então. Mas acabei por descobrir que não se tratava de um simples congestionamento, a coisa era muito maior.
Os ônibus estavam estacionados nas principais avenidas e ruas do centro, de forma que trancavam completamente o tráfego do local. Logo ocorre na cabeça da maioria das pessoas aquele pensamento comum e babaca: "puta merda, de novo esses baderneiros fazendo manifestações inúteis! Vou acabar chegando atrasado!". Só que quando cheguei na praça onde estavam concentrados os manifestantes percebi que pensamentos como este não condiziam com o que ocorria ali.

Aquela revolta era repentina e silenciosa. O motivo fiquei sabendo alguns minutos depois, ao chegar, finalmente, no colégio.
Os motoristas e cobradores dos coletivos de Cuiabá, e Várzea Grande (cidade vizinha) estavam paralisados em protesto a agressão física sofrida por um de seus colegas no dia anterior. O agressor? Um Policial.

Isso mesmo, um Policial, que é pago com a nossa grana arrecadada em impostos exorbitantes, e supostamente destinada à "segurança" da população. Este cara que deveria nos defender, parou o carro da linha 608 em uma blitz, e o condutor lhe disse que pararia o veiculo mais à frente devido aos cones que lhe impediam a passagem. O PM questionou: "O senhor está embriagado?", e ele disse: "É claro que não, pois estou em serviço!". E no desfecho do caso, o motorista acabou sendo algemado e espancado pelos oficiais, e por eles mesmos levado ao Pronto Socorro Municipal.

Então é este é o trabalho da Polícia Militar? Usar violência e autoritarismo para repreender gente que está trabalhando de verdade, levando e trazendo do "trabalho" todos os dias, os próprios PMs, de graça!? Ferir um cidadão, para mostrar todo o seu falso poder, e assim mascarar e blindar suas fraquezas pessoais!?
Esta é a nossa Justiça Cega? Cega só se for para engravatados! (que o diga nosso querido Renan!)
Porque o preto, o pobre e o trabalhador, que movem este país, ela sempre fez questão de enxergar, e julgar no seu Tribunal de Rua. E vai continuar julgando enquanto estivermos anestesiados, nessa paralisia burra e destruidora em que nos encontramos.

O Brasil já não sente dor...

O Brasil espera.


"O cano do fuzil refletiu o lado ruim do Brasil
Nos olhos de quem quer

Era só mais uma dura
Resquício de ditadura
Mostrando a mentalidade
de quem se sente autoridade
nesse Tribunal de Rua"
(Tribunal de Rua - O Rappa)


segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Me alivia sentir a imensidão, onde nada escuta a minha voz


Depois de muito tempo, os ventos resolveram finalmente assoprar Cuiabá. A fumaça do incêndio na Chapada dos Guimarães ainda encobre a cidade, mas aquela fumaça que embaçava meus dias foi dissipada.
Hoje fui acometido de uma sensação muito estranha. Estranha mas refrescante. Mesmo estando alí vivendo um dia igualzinho ao outro, na minha rotina quase sempre simétrica, fui atingido por um forte sentimento de liberdade e de retorno. Um furacão de vontades me sacudiu! Vontade de fazer coisas que sempre quis! Vontade de voar, de fazer uma música, de sorrir, viajar, conhecer gente e lugares novos, vontade de acreditar na vida, no mundo, e em mim mesmo.

Adorei a sensação, e espero que não acabe tão cedo!


*(Foto: Eu, do lado direito, e meu irmão Marcéu, na chapada dos Guimarães)

sexta-feira, 14 de setembro de 2007















Ei! Eu quero ver o que tem lá fora!
Quero saber se me ama ou me ignora
Se me alivia ou me entope de fumaça
Quero saber, quero saber agora!

Ver o asfalto derreter a chuva
A multidão encharcando as ruas
Achar um cão mastigando lixo
Devorando a humanidade crua

Eu quero ver o que tem lá fora!
Eu quero ver, quero ver agora!

Quero saber pra onde vai a minha grana
Quero saber! pra qual empresa americana?
Eu dou meu sangue trabalhando no Brasil
Mas ninguém sabe, ninguém crê e ninguem viu!

Onde é que tá a nossa fé? Vendemos!
Como é que tá nossa justiça? Vendada!
E como é a nossa mídia? Vendida!
Cada dia é uma nova cilada

Eu quero ver o que é que há lá fora!
Eu quero ver, quero ver agora!

domingo, 2 de setembro de 2007

Nem nas telas, nem nas rádios...mas no metrô de nova york, onde todos passam, e ninguém vê.

Tirem as suas próprias conclusões, dessa vez, vocês é que vão fazer a postagem...pois eu acho que não preciso de palavras...

Pobres, discriminados, vivendo em um país de primeiro mundo, mas preconceituoso como na idade média...e, ainda assim...TALENTOSOS!