O Homem Velho percorria os pomares em busca de laranjas. Punha cada uma que encontrava dentro de um enorme saco sem tamanho. E com o passar dos pomares o peso de tantas laranjas aumentava e aumentava e doíam-lhe as costas. O Homem Velho era incapaz de se desfazer. Não eram deveras boas laranjas. Tinham um gosto azedo, mas o cheiro bom. Fato interessante é que estas laranjas foram acometidas de uma estranha doença-de-laranjas que apodrecia as metades de cada uma. E o sempre mais velho Homem Velho continuava com suas laranjas boas ao meio, podres ao meio, até que um dia tropeçou em uma raiz. O saco se espatifou no chão. Rolaram laranjas por todos os lados. Ao erguer os olhos, viu a última, ainda corada e fresca e boa por inteiro, escorrer barranco abaixo, afundar lagoa adentro. Como não havia notado antes? Com aquela, poderia matar a fome, a sede, e aguentar mais e mais esquinas. Distração fatal.
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
O Homem Velho e seu Saco de Laranjas
O Homem Velho estava agora deitado sobre a terra. Em suas mãos apenas uma foto, de mulher.
Postado por Lucas Ninno às 16:31
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