segunda-feira, 16 de julho de 2007

Ê Brasilzão! Ainda tá vivo no teu som!

Vantagens da internet. Sem ela eu nunca teria ouvido esta música, sem ela eu não descobriria que ainda tem gente fazendo música crítica de verdade no Brasil! Ássistam o vídeo!

A música se chama "Classe Média" e o cantor e compositor é Max Gonzaga. Aqui está o site do cara: http://www.maxgonzaga.com.br/

Qualquer semelhança da letra com os ouvintes não é mera coincidência. ;-)

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Oh céus! Mais e mais barreiras...

Parece que o Papa Bento XVI não aprendeu nada com seu antecessor, João Paulo segundo. Li ontem no jornal uma notícia que falava sobre um documento que a sua santidade publicou, afirmando categoricamente que a Igreja Católica é a única e verdadeira igreja de cristo.

Ora, sempre me disseram que devemos lutar pela igualdade e liberdade dos povos, que todas as culturas por mais opostas que sejam devem ser respeitadas, e agora ouço o chefão da entidade religiosa mais poderosa e influente que os olhos da humanidade já viram, a formadora de opiniões que já promoveu tantas "Campanhas da Fraternidade" pregar justamente o contratrio! Pregar a hostilidade e a desigualdade!

Abram caminho, pois a prepotência do sumo pontífice, o dono da verdade absoluta está passando. E um imenso rebanho de ovelhinhas robóticas vem na sua cola, pastando falta de bom senso, construindo mais e mais cercas sobre esta terra sofrida.

Mas que mania essa gente tem de separar tudo! Você aí que está lendo este texto, já reparou?
Apartheid das religiões, das culturas e territórios, dos negros, índios e brancos, do céu e do inferno, do amor e da amizade...e veja só! Separaram até a música! Temos Rock, Mpb, Reggae, Rap, Pagode, Sertanejo, Metal, Eletrônica e tantos outros rótulos.

Chega!! Pelo amor de Deus! Pelo Deus de todos os idiomas, doutrinas e religiões!
Chega! Ou o mundo vai virar um imenso catálogo empoeirado, escrito por homens que se julgam no direito de redigir os nossos destinos.

Precisamos nos proteger sem grades, para que a luz do sol bata inteira dentro das nossas casas.

Um abraço!

domingo, 1 de julho de 2007

Aqui de minha janela, dá pra ver o mundo queimar

Ontem, sábado, de última hora, eu e meu irmão conseguimos uma carona para o Festival de Inverno de Chapada dos Guimarães, a 60 km de Cuiabá. Estávamos indo curtir o show do Ed Motta, carinhosamente chamado de "gordão sobrinho do Tim Maia" pelos espectadores.

Ocorreu que de passagem por uma das pracinhas da cidade, avistamos um enorme telão, onde estava sendo projetado um documentário sobre a ocupação da amazônia. De iníco, paramos em pé, apenas para uma conferidinha rápida, mas nos empolgamos com as histórias que eram contadas pelos entrevistados e decidimos assistir até o fim.

Tratava-se de relatos de trabalhadores rurais e seus filhos, que tentaram ganhar a vida acreditando nas promessas de evolução e prosperidade, moldadas pelo então presidente ditador Emílio Garrastazu Médici, que a construção da rodovia transamazônica traria.

Dizia ele que a nossa grande floresta era o céu, o paraíso, e estava destinada aos pobres do nordeste que não possuíam nem meio palmo de chão.

Aqueles, homens, mulheres e crianças miseráveis, esfomeados e analfabetos migragram rumo à terra prometida.

Ao chegar, a surpresa...
Nem evolução, nem prosperidade, nem estrada. Nada. Apenas mentira. Pesadelo travestido de sonho.

O trabalho escravo massacrou aquele povo.

Foi um filme sobre poder, lama e sangue, que acabou ficando por um tempo dentro da minha cabeça. Me fez pensar no sentido que havia em estar ali, me divertindo num festival, assistindo a um show do "gordão sobrinho do Tim Maia" que diz não gostar do meu país, em meio a uma juventude alternativa que quer ser diferente e mudar o mundo à base de sexo, drogas e rock n' roll, enquanto o mundo explode. Enquanto tem gente de carne, osso e coração, como eu, como você, sendo assassinada por sonhar demais, por acreditar, por ter fé.

E me dizem na escola, na televisão, na roda de amigos: Carpe Diem! Aproveite a vida porque ela é curta!

Não. Eu me sentiria frustrado por ter entrado nesse mundo pra me divertir e deixá-lo ainda mais cinza que antes para os meus filhos, e os filhos dos filhos dos meus filhos.

Todos adoramos rir, dançar, e nos divertir. Mas isso é entre nossos amigos...felizes e bem nascidos como somos .

Agora rir, dançar e se divertir, pra depois cruzar os braços em meio a tanta desgraça...me desculpe, mas não temos esse direito.