Olá pessoal! Finalmente resolvi tirar a bunda da cadeira, pra não dizer as idéias da cabeça, e voltei a postar aqui no Sol na Laje.
Eu, como todos os membros de uma sociedade antenada nos meios de comunicação de massa, só estou abordando esse assunto agora, já que vem saindo nos quatro cantos das telinhas.
Ontem de noite eu estava zapeando canais na minha TV e passei por um daqueles programas a primeira vista chatíssimos da Tv Brasil, com uma senhora de sei lá quantos anos apresentando, e convidados com cara de almofadinhas franceses. Só que no meio deles tinha um rosto conhecido. Era o ex-capitão do BOPE Rodrigo Pimentel, que inspirou o famoso "Capitão Nascimento" do filme Tropa de Elite. O assunto seria a série de assassinatos à civis cometidos pela PM do Rio, e que dessa vez veio a tona na mídia. Resolvi que iria dormir um pouco mais tarde para assistir o debate.
Quando o programa começou, um dos convidados, um advogado e professor na Fundação Getúlio Vargas desandou a falar sobre falhas jurídicas e todo aquele blablabla típico de advogados(Me perdoe se tiver algum lendo isso! Estou generalizando mesmo!). Enquanto isso o ex-capitão ficava quieto, impassivo, apenas observando o desenrolar do debate, "a la Barack Obama".
Eu, como todos os membros de uma sociedade antenada nos meios de comunicação de massa, só estou abordando esse assunto agora, já que vem saindo nos quatro cantos das telinhas.
Ontem de noite eu estava zapeando canais na minha TV e passei por um daqueles programas a primeira vista chatíssimos da Tv Brasil, com uma senhora de sei lá quantos anos apresentando, e convidados com cara de almofadinhas franceses. Só que no meio deles tinha um rosto conhecido. Era o ex-capitão do BOPE Rodrigo Pimentel, que inspirou o famoso "Capitão Nascimento" do filme Tropa de Elite. O assunto seria a série de assassinatos à civis cometidos pela PM do Rio, e que dessa vez veio a tona na mídia. Resolvi que iria dormir um pouco mais tarde para assistir o debate.
Quando o programa começou, um dos convidados, um advogado e professor na Fundação Getúlio Vargas desandou a falar sobre falhas jurídicas e todo aquele blablabla típico de advogados(Me perdoe se tiver algum lendo isso! Estou generalizando mesmo!). Enquanto isso o ex-capitão ficava quieto, impassivo, apenas observando o desenrolar do debate, "a la Barack Obama".
Quando chegou a hora de falar, os argumentos de Cap. Pimentel foram muito oportunos a meu ver. Primeiro ele deixou claro que não existe a tal "onda de violência policial" e sim casos que chegaram aos olhos e ouvidos da grande mídia por envolver membros de classes mais abastadas. A violência policial sempre existiu. Falou depois uma coisa que me chamou muito a atenção. O ex-capitão disse que na sua opinião os políciais, apesar de vivos, TAMBÉM são vítimas. De início tive vontade de proferir um daqueles palavrões escabrosos, afinal se alguém pesquisar uma postagem minha do ano passado vai notar a "admiração" que tenho pela PM. Mas depois ele explicou seu ponto de vista.
A PM, é a polícia que mais mata (seria esse o significado da sigla?), e o que é mais impressionante, mata mais que os bandidos. Mas não porque os policiais sejam malvados, e sim porque são extremamente mal preparados. Estes PMs criminosos, são aqueles que ganham 900 reais e trabalham sob forte estresse. Os ingredientes - treinamento ruim, salário baixo, infra-estrutura decadente e pressão psicológica resultam numa receita que acaba se tornando indigesta pra todos nós.
O ex-capitão deu nome aos bois, afirmando que a verdadeira culpa é do governo e dos secretários de segurança. Afinal, a polícia ao contrário do que muitos pensam segue ordens e sinalizações. E o que vêm sendo sinalizado aos agentes de segurança pública são frases muito conhecidas por todos nós: "Bandido bom é bandido morto", e "Atire primeiro, pergunte depois".
É preciso entender que policiais não são pistoleiros, nem justiceiros.
Tudo isso me deixa com um sentimento muito grande de covardia, pois é a prova de que na forma de roubos, sequestros e assassinatos, estamos sendo aniquilados pela nossa própria apatia.
"Mas feitiço é bumerangue, perseguindo a feiticeira" - Lenine créditos da foto: http://www.diariosbo.com.br
"Mas feitiço é bumerangue, perseguindo a feiticeira" - Lenine créditos da foto: http://www.diariosbo.com.br
2 comentários:
Ouvi hoje no rádio, Nino, uma coisa que me fez pensar também.
O secretário nacional de segurança pública -- cujo nome não guardei -- penitenciou-se por ter, no passado, falado tanto sobre uma tal "guerra não declarada", e que estamos em uma "verdadeira guerra".
Ele disse que não fala mais assim, e se arrepende de ter usado a palavra guerra, argumentando que a próprioa sociedade, a imprensa, e alguns especialistas ao dizerem coisas desse tipo se esquecem que lá, na ponta de tudo está um policial que acaba por imprimir em seu pensamento que está mesmo em uma guerra. E guerra implica um inimigo que deve ser morto, eliminado. Porque na guerra não há meio termo.
É bom pararmos mesmo de falar em guerra. O Estado, representado pelo policial, tem que ser técnico, racional e, sobretudo, impessoal e não emocional.
Difícil, se considerarmos que policiais são seres humanos. Mas é por isso mesmo que não ajudamos quando inculcamos em sua psique a idéia de uma guerra.
Falou bem, ernesto.
Tenho uma disciplina na faculdade que explora bem o peso das palavras. E falar em guerra o tempo intero nos faz acreditar em bem contra o mal e outras bobagens que apenas tiram o peso das costas dos verdadeiros responsáveis, os reais fabricantes da violência, que pra mim são o Estado, e a apatia e o descaso da população.
Como diria o Max Gonzaga: "Toda tragédia só me importa quando bate em minha porta"
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