sábado, 17 de abril de 2010

A cidade e suas histórias

Os homens correm em seus carros. Correm pelas ruas e avenidas como o sangue escorre pelas artérias de um corpo. Os homens não sabem quem são, nem por que correm, nem para onde vão. Mas o fato é que também sou homem. E como todo homem, perdi a visão.

Acordei de um sonho estranho. Eu morava numa rua sem esquinas. Uma estreita e infinita rua sem esquinas. Caminhava como quem vai comprar o pão matinal, afogado em sono, olhos inchados, garganta amarga. Vez em quando levantava a cabeça e mirava o sol, que nascia no horizonte, onde a rua sumia.

Aquele era eu. Um andarilho vindo não sei de onde, rumo a lugar nenhum. Pelo menos era uma linda manhã. E o sol, brilhava.

3 comentários:

minhapanelasempressão disse...

Já estava com saudades desse blog!
sempre vale a pena voltar aqui!

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Nunca surpreende o fato do libido do homem ser somente um pão, mas a agonística do sol num mero casulo de rua é a Meca para vossos olhos, para nossos olhos, que pelo menos fitamos-lo.
Belo texto