quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Quebrando a Casca Mental

Talvez alguns poucos leitores do Sol na Laje notaram que no desenho que fica ali em cima, ao lado do título do blog, eu (sim aquele sou eu!) estou sem cabelos! Na última terça feira, eu decidi raspar a cabeça na máquina 1, pois eu já não estava mais aguentando ver fios meus enrolados por todos os cantos da casa devido a uma queda fulminante que me atacou neste ano. Vocês provavelmente estão se perguntando: "sim, mas e daí? o que eu tenho a ver com isso?". Ocorreu que o acontecido com meus tão queridos cachinhos me ensinaram um bocado de coisa...

Pra quem não me conhece pessoalmente, eu sempre fui conhecido pela "juba" que cultivava. Na escola eu tinha o singelo apelido de "Moita", e as pessoas me diziam: "pô lucas, esse teu cabelo é a tua identidade". Será??

Eu andei bem triste em frente ao espelho, vendo agora que com o cabelo curto já tenho quase uma daquelas "franjinhas" de calvos. Eu passei dias praguejando: "Putaqueopariu! Careca com 18 anos! Justo na fase de conquistar as menininhas!". E nessa de reclamar e reclamar, digamos que o meu eu no espelho me deu um baita de um tabefe na cara, como que dizendo: "Pô cara! Não é você que condena tanto esse sistema que torna as pessoas escravas de um padrão de beleza pré moldado? Não é você que critica as patricinhas maquiadas, a falta de personalidade, a escassez de gente que tenha vontade de abrir a casca pra ver o que tem dentro!? Lucas, ACORDA!"

E Eu comecei a acordar. Ainda não me levantei, mas as primeiras pegadas já estão marcadas aqui dentro.
O meu radar de reconhecimento de auto-babaquice foi aguçado ainda mais por um documentário que assisti hoje: "The Corporation". Vai a dica aqui que vale muito a pena.
Ele nos mostra como somos condicionados através de milhares de fórmulas publicitárias das grandes corporações a agir de acordo com os seus respectivos interesses, para que lucrem cada vez mais. Estas corporações tentam injetar nas pessoas um modo de vida pré-fabricado que nem sempre se encaixa nas suas verdadeiras características. E estes moldes entram nas nossas mentes sem que a gente perceba, e no meu caso a conseqüência foi olhar-se no espelho e não gostar do que vê, por que garotos de 17, 18 anos com entradas gigantescas não aparecem pegando menininhas na "malhação". Mas há casos muito piores, onde as pessoas arriscam até mesmo a vida em cirurgias, implantes e afins, pra ter um rosto igual ao das embalagens.

Depois dessa reflexão, eu sinceramente tive vergonha por quase ser mais um a cair nesta armadilha. Mas dei graças aos céus por perceber o erro, e mesmo jovem alcançar a evolução e a mudança de postura, mesmo que seja aos poucos.

A vida está além daquilo que chega aos olhos. É preciso dissecá-la, conhecer suas entranhas, sua essência, suas sensações. Isso sim é viver.

Ah! Como eu quero viajar!!

2 comentários:

Ernesto Dias Jr. disse...

VBou rpoubar uma frase da Glaura, lá no Prozac:
Como é bom ignorar o exógeno!

Anne M. Moor disse...

Toda situação em que a gente aprende nunca será perdida!!
Abraço Lucas...