quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Uma revolução sobre duas rodas

Algum leitor mais antigo desse meu canto de palavras e idéias deve se lembrar de uma postagem de novembro de 2007 entitulada "Viva la Revolución". Texto este que deu origem ao lema do Sol na Laje: "Revolucione-se".

Trago boas notícias.

Não sei vocês, mas eu, desde que me tornei adepto desta filosofia de vida tenho mudado bastante o meu modo de ver o mundo. Mas mudar o modo de ver o mundo é muito fácil, é só trocar de ângulo né não? O difícil, o difícil mesmo, é mudar o nosso modo de agir no mundo. Mudar as coisas significa fazer o possível, e proclamar nossa própria revolução só depende de nós mesmos.

Tudo começa com um espelho. Não para reparar nos pneuzinhos, no pouco peito, na perna meio torta, no bigode que tá feio ou na careca que tá crescendo, mas para refletir aquilo que não enxergamos mas que sentimos, e que causa efeitos drásticos em nossas vidas. Depois que utilizamos esse espelho, vem a melhor hora: o momento de escolher aquilo que queremos e aquilo que não queremos para nós mesmos. "Cada escolha, uma renúncia". Essa é a Revolução.

Este último fim de semana realizei um sonho de tempos atrás. Pedalei 178 quilômetros pela chapada dos guimarães. A chapada é um lugar mágico, não há dúvidas disso. E de cima de um meio de transporte tão simples como uma bicicleta, ela se torna mais mágica ainda.
Houve um momento na viagem em que eu pedalava com um paredão de mais de 200 metros de um lado e uma vista espetacular de outro. Não há preço que pague o que eu senti. Não há preço que pague a revolução que estou fazendo na minha vida, a clareza com que começo a enxergar esse mundão véio sem porteira (Mesmo com 3,5º de miopia!).

Não pretendo parar de pedalar, de viajar em cima da bike e em cima dos pensamentos. Essa foi a minha revolução. Aliás..."Revoluções", no plural, porque eu hoje me entendo melhor, respiro melhor, toco melhor, canto melhor, e vivo mais vivo que nunca.

PS: Não deixem de conferir as fotos da viagem na Galeria, no menu lateral!

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

E.T.



"O mundo está ao contrário e ninguém reparou". O Nando foi feliz nesse verso, e me sinto feliz em entender um pouco dele.

Não. O mundo, esse feito de rocha, magma, H2O, plantas, bichos, e o infinito que se segue, não está ao contrário. Este sempre funcionou direitinho. O que virou de cabeça pra baixo foi o nosso mundo. O mundo que eu, os que estão e os que não estão lendo este texto criamos.

Nesse nosso planeta mal inventado trabalhar o dia inteiro é "construir carreira". Comprar um carro novo com o suor desse trabalho é "investimento". Ora bolas! Investimento em quê?? Comprar um carro novo pra ir trabalhar o dia inteiro pra ter dinheiro pra comprar outro carro novo!? E com o novo carro novo a gente sai jogando fumaça no ar, a gente não corre e as vezes sequer anda mais de 100 metros num dia, plantando as nossas doenças do futuro. Alguém me explique onde está o retorno do tal investimento, porquê eu ainda não consigo entender.

E lá vamos nós comprando nossos carros, sapatos, televisões, fazendo nossos "investimentos".
Vivendo dias idênticos, trancados no nosso paraíso artificial.

Quer saber de uma coisa? Vou é me mandar desse planeta!
Nessa Terra inventada eu quero ser um E.T. com muito orgulho!
Um E.T de bicicleta!

sábado, 22 de novembro de 2008

Lente de Contato










Vai ver não é nada disso que ensinaram pra gente
Vai ver não é nada disso que a gente viu até hoje.
Vai ver atrás da montanha pode ter mais de um horizonte
Onde são tortos, cascalhentos, são penosos os caminhos

E vai ver a perna pode sim fazer milagre, na força da pedalada
Vai ver aquela moça nem era assim tão complicada,
e tudo ficava fácil, leve pra voar
Vai ver ela gostava tanto que emudecia
e bem baixinho me dizia...

Mas vai ver eu falei tão alto
que não deu pra escutar

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Stencil - Intervenção Urbana

Sábado passado concluí um plano que vinha arquitetando a um certo tempo. Entrei em ação pra estampar um stencil do Seu Jorge em um muro do R.U. (restaurante universitário), na UFMT.

Pra quem ainda não sabe, stencil é um tipo de graffiti feito com moldes vazados e tinta spray. Faz um tempo, eu comecei a notar uns desenhos espalhados pela cidade sempre nesse padrão: preto e branco, alto contraste. Ví primeiro um saxofonista, depois dois garotinhos abraçados e umas "cameras de segurança", e assim decidi pesquisar o que era aquilo. Depois de ler uns tutoriais pela net, anunciei lá na minha sala da faculdade que quem tivesse afim de fazer era só se juntar comigo, e o que saiu foi isso aqui:

























Apesar do excesso de tinta fruto da inexperiência, o stencil ficou bem apresentável. Não pretendo parar por aqui, e tô curtindo muito essa idéia de não ficar só escrevendo sobre o que vejo nas minhas andanças mas também participar disso tudo, agir pra fazer a minha revolução.

Ando meio sem inspiração pra escrever, então pra finalizar vai uma frase bem bacana que ví num orkut por aí (sim, orkut também é cultura! hehe):

"Vivemos num país onde graffiti é crime, e corrupção é arte."

Obs: estou a procura de mais pessoas interessadas em fazer stencil, qualquer coisa é só dar um toque. Ah! visitem o site desse cara pra conhecer melhor o que é stencil de qualidade: http://www.banksy.co.uk/

Agradecimentos para Camila, Angélica, Ligia, André e companhia ltda pela ajuda! Valeu mesmo!

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Macacos me mordam!


Mais uma charge em homenagem a artistas da cena local aqui de Mato Grosso. Dessa vez escolhi o power trio instrumental Macaco Bong.

Conheci o som dos caras da melhor maneira possível: assistindo um show na beira do palco. A banda não faz aquele instrumental cansativo que muita gente tá acostumada a ver e dar altas bocejadas, muito pelo contrário. O Macaco Bong faz o público viajar com um rock instrumental psicodélico delirante! Está claro que eles não são apenas mais uma banda de rock, e por se tratar de música instrumental e portanto universal, os bongs já estão fazendo as suas macacadas fora do brasil.

É isso aí rapazes, toda força e calor dessa terra quente pra vocês!

Bananas For You All !

(Myspace: www.myspace.com/macacobong)

domingo, 12 de outubro de 2008

Ebinho Cardoso

Ebinho cardoso é um contrabaixista matogrossense que tem mostrado pro Brasil uma nova forma de tocar o instrumento.
O baixo sempre foi um tanto marginalizado, se comparado com outros insturmentos como o violão e a guitarra. Lembro-me muito bem da ira do meu meio-irmão (meio?), que a um tempo atrás tocava baixo elétrico, quando sua mãe dizia: "tira essa guitarra de cima da cama!".
O fato é que muita gente sequer sabe diferenciar o instrumento, então aqui vai uma ajudinha: o baixo possui cordas grossas e um braço mais longo do que a guitarra. É um instrumento de frequências graves, por isso dizem que baixo não se ouve, se sente. E é verdade. Quando o músico é bom, a gente sente o grave vibrando no peito.
Ebinho veio pra mostrar que seu instrumento poderia ser diferente, poderia ser acompanhado em vez de acompanhar, poderia ser a atração principal.

Sugiro que confiram em primeira mão de quem eu estou falando acessando o Myspace do cara!

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Tá nervoso? Vai pescá!

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Tirinha - Geração Cult

Essa é a primeira tirinha que produzi pra publicar aquí no Sol na Laje. Gostei da idéia de voltar a desenhar, fazia um tempão que não exercitava e to pensando em continuar!

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

A loucura e mais três frases de amor








É a loucura que vai tomando conta
Faz fantasia sem carnaval
E cola selo do bem
por cima do selo do mal

Mete o pé na rua
Correndo atrás do céu
E soca a chave na caixa
e gira, gira...crack! creck!

É ela!
que vem abrir a janela
tira o som da besta fera

li nas linhas quase tortas
uma
duas
três

três frases de amor
e era a letra dela

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Crônica de uma rocha sedimentar

Bateu a tranca do portão e foi pro mundo. O sol da meia-tarde mostrou a dança que faziam os cabelos desarrumados, em par com o sopro fraco do vento. Se exibia pra rua vazia. Já tinha o caminho desenhado, era só ligar o piloto automático. Subir, virar à esquerda, mais duas quadras e à direita, vinte e dois metros e esperar. 15 ou 20 minutos. Minha nossa que demora. Ah filha, é o de sempre...paciencia. Paciência. Chega o centro da cidade, o caldeirão de gente escaldada com suor. Os berros marqueteiros de esquina, a tenda do velho chapeleiro. Como vive a gente disso? O calçadão sujismundo, leito do preto abolido, do lixo da feira de ontem. Tudo é parte do caminho.

Sei lá se é isso o que queria. Os 15 anos já ficaram pra trás, e trancafiados dentro dele os sonhos, as utopias. Esquerda, militância, passeatas, Chê virou estampa. Agora tem uma sala nesse prédio velho onde bate papelada até o dia acabar. Tudo por aquí encarde e cai aos pedaços em muito pouco tempo. Depois reformam e dizem que é patrimônio. Patrimônio histórico. Parecem pistas mal-forjadas de um Brasil e seu passado glorioso. Oh!
Pegou o que restava pra receber. Um ganha-pão de sobrevivência mensal. Foi-se embora batendo pernas de volta pra casa, enroscando a saia entre as pedras soltas do calçamento, seguindo a trilha nesse deserto asfaltado.

No quarto mal iluminado pela luz que o dia ainda não entregou à noite por completo, o espelho enquadra o rosto. As várias caras empoeiradas, sobrepostas lentamente ano a ano, acomodam-se e vão escondendo aquela primeira face viva, carregada de horizontes. E de camada em camada ela endurece, se recolhe, se protege. Coberta de esquecimento, feito rocha sedimentar.



"A intenção de conseguir uma forma de proteção contra o sofrimento mediante uma elaboração ilusória da realidade é a empresa comum de um número considerável de pessoas." - Sigmund Freud

Imagem por Rafael Ángel Fernandez (http://flickr.com/photos/rafael-angel/2494695532/)

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Voltei, e o assunto é POLÍCIA


Olá pessoal! Finalmente resolvi tirar a bunda da cadeira, pra não dizer as idéias da cabeça, e voltei a postar aqui no Sol na Laje.

Eu, como todos os membros de uma sociedade antenada nos meios de comunicação de massa, só estou abordando esse assunto agora, já que vem saindo nos quatro cantos das telinhas.

Ontem de noite eu estava zapeando canais na minha TV e passei por um daqueles programas a primeira vista chatíssimos da Tv Brasil, com uma senhora de sei lá quantos anos apresentando, e convidados com cara de almofadinhas franceses. Só que no meio deles tinha um rosto conhecido. Era o ex-capitão do BOPE Rodrigo Pimentel, que inspirou o famoso "Capitão Nascimento" do filme Tropa de Elite. O assunto seria a série de assassinatos à civis cometidos pela PM do Rio, e que dessa vez veio a tona na mídia. Resolvi que iria dormir um pouco mais tarde para assistir o debate.

Quando o programa começou, um dos convidados, um advogado e professor na Fundação Getúlio Vargas desandou a falar sobre falhas jurídicas e todo aquele blablabla típico de advogados(Me perdoe se tiver algum lendo isso! Estou generalizando mesmo!). Enquanto isso o ex-capitão ficava quieto, impassivo, apenas observando o desenrolar do debate, "a la Barack Obama".

Quando chegou a hora de falar, os argumentos de Cap. Pimentel foram muito oportunos a meu ver. Primeiro ele deixou claro que não existe a tal "onda de violência policial" e sim casos que chegaram aos olhos e ouvidos da grande mídia por envolver membros de classes mais abastadas. A violência policial sempre existiu. Falou depois uma coisa que me chamou muito a atenção. O ex-capitão disse que na sua opinião os políciais, apesar de vivos, TAMBÉM são vítimas. De início tive vontade de proferir um daqueles palavrões escabrosos, afinal se alguém pesquisar uma postagem minha do ano passado vai notar a "admiração" que tenho pela PM. Mas depois ele explicou seu ponto de vista.

A PM, é a polícia que mais mata (seria esse o significado da sigla?), e o que é mais impressionante, mata mais que os bandidos. Mas não porque os policiais sejam malvados, e sim porque são extremamente mal preparados. Estes PMs criminosos, são aqueles que ganham 900 reais e trabalham sob forte estresse. Os ingredientes - treinamento ruim, salário baixo, infra-estrutura decadente e pressão psicológica resultam numa receita que acaba se tornando indigesta pra todos nós.

O ex-capitão deu nome aos bois, afirmando que a verdadeira culpa é do governo e dos secretários de segurança. Afinal, a polícia ao contrário do que muitos pensam segue ordens e sinalizações. E o que vêm sendo sinalizado aos agentes de segurança pública são frases muito conhecidas por todos nós: "Bandido bom é bandido morto", e "Atire primeiro, pergunte depois".

É preciso entender que policiais não são pistoleiros, nem justiceiros.

Tudo isso me deixa com um sentimento muito grande de covardia, pois é a prova de que na forma de roubos, sequestros e assassinatos, estamos sendo aniquilados pela nossa própria apatia.

"Mas feitiço é bumerangue, perseguindo a feiticeira" - Lenine
créditos da foto: http://www.diariosbo.com.br

segunda-feira, 28 de abril de 2008

O Velho e o Jardim

Era aquele sol bonito do fim da tarde. Amarelo, aconchegante. O velho agora descansava. Quanto tempo tinha tudo isso mesmo? Ninguém nunca soube. Ninguém nunca saberá.

Era um moço diferente. Tinha alma de poeta, jeitão de vagabundo. Sempre mirando o alto, o céu imenso, o futuro tão míope.
Era meio maníaco, sistemático, daí surgiu a sua principal característica, sua peculiaridade: uma flor para cada amor.

A primeira ele plantou aos 15, num fim de tarde como esse de agora. Cresceu meio torta, mas com cores vivas. Brilho de novidade.
A segunda veio um bom tempo depois, era como a continuação daquilo que não foi. Experiência. Vários tombos, espinhos e cicatrizes. Mas ainda perfumada de beleza. Cedeu a muda para a terceira.
Veio voando devagar, junto com os ventos de junho. Aterrissou na terra preta, de mansinho, sem que o moço já não tão moço percebesse. Foi ficando, e ficando, e crescendo, e crescendo. Não tinha as mais belas cores, mas o melhor perfume. Tinha a magia de se multiplicar, e fazer brotar sorrisos e abraços. Sempre.

Três. Somente três. E precisava mais? Que sorte! De tantas estrelas no céu, haviam três na terra, ali mesmo no seu quintal.

Um jardim de lembranças, que ele prometeu cuidar até o final. Cresceu tanto que tomou conta de tudo. O céu, o quintal, a casa, os sonhos, a vida. E envolveu o velho. Até esta tarde de sol amarelo, aconchegante, onde finalmente descansa.

Quanto valeu mesmo tudo isso?
Ninguém nunca soube. Ninguém nunca saberá...

segunda-feira, 14 de abril de 2008

A Chegada da Frente Fria

Hoje o frio chegou por aqui. O céu fechou e aquele sol escaldante que costuma brilhar em Cuiabá deu uma trégua. Quem diria, nessa cidade-brasa onde eu vivo também existem dias de baixa temperatura.

E agora vem aquela sensação de calma, de "sim, está tudo bem". E é sobre isso que falam estes versos...


Um final de tarde
um vinho forte
pra celebrar
a chegada da frente fria


Quando a luz se apaga
e a gente dorme
até esquece que a pouco
a casa era tão vazia


Ela apareceu no viés
na contramão dos meus planos
tão banais


Joguei fora os mapas
os vícios, os enganos
As ondas quebram
quando a lua cheia levanta a maré


Já não me cabem
aqueles casacos velhos
que nunca me esquentaram
quando o frio parecia até matar


Venha,
chegue mais perto
Dance,
que o céu agora está aberto...

sábado, 15 de março de 2008

Cidadão do Mundo


"Cidadão do mundo". Ouvi este termo a alguns dias atrás e achei lindo. Uma das mais belas utopias que inundam a mente dos sonhadores. "Imagine there is no country (...), Imagine all the people living life in peace". Já pensou!?Aposto que já! Pessoas indo e vindo por onde bem entendessem, conhecendo-se, respeitando-se, aprendendo e evoluindo juntas. Obstáculos? Alguma árvore derrubada sobre a estrada por uma tempestade furiosa. Muros? As cordilheiras, gigantes de pedra. Assim viveriam os habitantes desta nação esférica e azul. Assim, pelo menos na imaginação.

Uma certeza eu tenho nessa vida: quero aprender o máximo sobre tudo o que me cerca e que pode me transformar por dentro de alguma forma. E não vejo escola melhor do que a viagem. Seja ela terrena, seja ela mental. Viajando entramos em contato com aquilo que é exótico aos olhos, que impressiona, incomoda, ilude, instiga, enfim, que faz com que as paredes da alma adquiram cores novas. É como ficar em frente ao mar e sentir aquela sensação de serenidade, por pertencer a um lugar tão bonito, tão imenso.

As vezes eu penso que muitos dos nossos erros, nossas neuras, surgem quando esquecemos desse outro mundo que ao contrário da rotina, gira. Gira sem parar. Não se importa com guerras particulares, amores perdidos, carreiras bem sucedidas ou não. Que basta a si mesmo, com suas florestas, montanhas, praias, e seu povo. Sim! o povo! Os legítimos Cidadãos do Mundo. Aqueles que conhecem as raridades dessa coisa maluca chamada vida, que alguns vivem, e outros simplesmente possuem.

"Os homens vivem como se nunca fossem morrer, e morrem como se nunca tivessem vivido - Dalai Lama"

Eu pretendo, sim, ao final da minha vida, conhecer todos os cantos dessa minha casa redonda e azul!


(Um abraço a todos os leitores, que comentam ou não, e que visitam este cantinho onde eu descarrego as energias!)

segunda-feira, 10 de março de 2008

O Mês - música nova a caminho!

Um dia pra distrair
Pra incomodar o tédio
Um dia pra contemplar
A solidão do meu prédio

Um dia levantar cedo
Um dia as três da tarde
Um dia me encolho de medo
Um dia eu sou só coragem!

Um dia pra fazer sexo selvagem
Um dia pra virar monge
Num dia ir bem ali
No outro viajar pra longe!

Uma mulher que mereça
Uma qualquer que me esqueça
Um dia a melhor piada
Um dia papo cabeça

Um cientista cético
Um visionário poeta
Um dia sport de luxo
no outro de bicicleta

Completo mais um dia, e ela não me completa

O amanhã foi ontem
O ontem vai ser amanhã

Um dia menino de rua
Um dia um gordo empresário
Um dia chego atrasado
No outro antes do horário

Um comunista ferrenho
Um neoliberal canastrão
Um dia bispo macedo
no outro,um milionário ladrão

Completo mais um dia, e ela não me completa

O amanha foi ontem
O ontem vai ser amanhã

domingo, 2 de março de 2008

Poetas

Os poetas são extremos

Dor demais
Felicidade demais
Sonhos demais
Tristeza demais
Indignação demais
Arrependimento demais
Amor demais

Vida demais.

Salve Poetas! Sejam eles escritores, músicos, pintores, jardineiros, executivos, garis, vagabundos, gays, machos, homem ou mulher...

...sejam as cores do mundo!

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Saturno - Gravada!

Alguém aí lembra da postagem "Saturno", de Dezembro de 2007?
Pois é! Virou música, que eu gravei esta tarde!

Quem quiser ouvir, só precisa dar um clique, e aumentar o volume porque ficou um poquinho baixo:

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Uma Ilusão, Uma lição, Um sonho

Um pescador
Um peixe dos grandes
Uma batalha cansativa e comprida
A linha se parte
O peixe vence

Um novo dia
Um novo pescador
Um novo peixe dos grandes
Uma nova batalha cansativa e comprida
A linha, no limite, aguenta
O pescador vence

Uma lição: amar o mar

(Ao som de "Pescador de Ilusões - O Rappa")

sábado, 9 de fevereiro de 2008














O sol torra as minhas casas de barro
na estrada esburacada que me leva
pro pontal de areia mais distante
onde da pra ver o mar
bem debaixo dos meus pés

A mochila começa a pesar
carregada de lembranças, histórias
gostos e sorrisos que nunca vão envelhecer
mesmo na distância do tempo

A minha casa é feita de asfalto,
terra e mato,
mato grosso invadindo
consumindo o mundo Brasil

Contando as pedras que atirei
nas águas que atravesso a nado
num burro empacado, sonhando acordado
embasbacado por ver como a tristeza sumiu

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Antenados e Enjaulados

*"Ser feliz é ter sonhos pequenos e uma TV grande
Ser livre é acostumar-se com a própria cela"

(*Frase de Ulisses, em tirinha feita por André Dahmer na Folha de São Paulo. Já o desenho é meu mesmo!)

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Mesmo Sozinho (Nando Reis)

Uh, baby
Porque você foi pra tão longe?
Não precisava tanto, bastava só não telefonar

Uh, baby, baby, baby, baby
O que aconteceu? O ar não foi suficiente?
Você não viu, você sumiu, mudou de lugar

No mais estou vivendo normalmente
Não vou ficar pensando se tivesse sido o contrário

Eu estou feliz mesmo sozinho
Esse silêncio é paz
Nesse momento cai uma forte chuva
Quem vai ficar chorando?

Uh baby
Sabe do que eu sinto saudades?
Do seu sorriso de manhã, e do quarto tão desarrumado.

Baby, baby
Saiba que eu gosto muito de você
Espero que esteja feliz e bem acompanhada

Normal, estou vivendo simplesmente
Não vou ficar pensando: "E se tivesse sido o contrário?"

Eu estou feliz

(OBS: Pra mim essa é a música mais bonita que alguem já fez)

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Não vou me esperar

Eu preciso levantar
tenho que pôr a mesa
tomar um leite com café

Preciso de um banho
Vestir velhas roupas novas
eu quero ir a pé

Preciso me mudar
procurar o meu amor
seja lá quem ela for
seja espinho ou seja flor

Seja o que Deus quiser